Julgamento de José Maria da Costa Júnior é Adiado devido a Doença do Réu
O julgamento do empresário José Maria da Costa Júnior, acusado de atropelar e matar a ciclista Marina Kohler Harkot em 2020, foi adiado devido à doença do réu. A sessão estava marcada para esta quinta-feira (20), no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, mas foi suspensa após a defesa alegar que o réu está com dengue.
A juíza Marcela Raia de Sant’Anna, da 5ª Vara do Júri, foi informada na quarta-feira (19) sobre a impossibilidade de comparecimento do réu por motivos de saúde. Segundo a defesa, José Maria foi diagnosticado com dengue e precisa de repouso por seis dias. A nova data do julgamento será definida pela magistrada.
O empresário é acusado de beber, dirigir em alta velocidade, atropelar, fugir e matar Marina Kohler Harkot em novembro de 2020. Ele responde ao processo em liberdade. O promotor Rodolfo Morais, responsável pela acusação, pediu à Justiça que confirme a enfermidade do réu para evitar suspeitas de fraude processual.
O caso teve grande repercussão, gerando protestos e campanhas de conscientização sobre a segurança no trânsito para ciclistas. Marina, de 28 anos, foi atingida por um Hyundai Tucson enquanto pedalava em Pinheiros. O atropelamento foi registrado por câmeras de segurança e amplamente divulgado na mídia.
José Maria é acusado de homicídio por dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Ele também enfrenta acusações por dirigir sob efeito de álcool e fugir sem prestar socorro. Testemunhas afirmam que ele havia consumido álcool antes do acidente.
A defesa do réu argumenta que a ciclista estava fora da ciclovia e sem equipamentos de segurança no momento do atropelamento. A família de Marina, através do projeto “Pedale como Marina”, busca justiça e promove ações de conscientização sobre a convivência segura entre ciclistas e motoristas.
O Observatório da Impunidade no Trânsito (OIT), fundado pelo movimento, aponta que 33 ciclistas foram atropelados fatalmente em São Paulo em 2020. Até agosto de 2023, já foram registradas 21 mortes nas mesmas circunstâncias.
Amigos de José Maria, que estavam no carro durante o acidente, serão ouvidos como testemunhas. Eles também respondem por omissão de socorro. A polícia civil e o Ministério Público reforçam que José Maria havia consumido álcool e dirigia em alta velocidade no momento do acidente.