Desembargador do TJ-SP sob investigação da PF por suposta venda de sentenças judiciais

A Polícia Federal (PF) está investigando o desembargador Ivo de Almeida, da 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), por suspeita de corrupção envolvendo a venda de decisões judiciais. Dois advogados de Ribeirão Preto também são alvos de mandados de busca e apreensão.

O g1 está tentando entrar em contato com o magistrado e sua defesa para obter um comentário. A reportagem também procurou a PF e o TJ-SP, por meio de suas assessorias de imprensa, e aguarda um posicionamento.

A “Operação Churrascada” da PF, que ocorre nesta quinta-feira (20), inclui mandados judiciais de busca e apreensão contra Ivo e os dois advogados de Ribeirão Preto, no interior paulista.

De acordo com a investigação, Ivo é suspeito de vender sentenças judiciais em processos sob sua relatoria e durante o plantão judicial. A PF também investiga a prática conhecida como “rachadinha”, onde o desembargador supostamente obrigaria funcionários de seu gabinete a lhe entregar parte de seus salários.

A PF solicitou a prisão dos investigados, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido. No entanto, o STJ autorizou a PF a cumprir 17 mandados de busca e apreensão em locais na capital e no interior paulista relacionados aos envolvidos.

A notícia de que um de seus magistrados é alvo da PF por suspeita de corrupção causou choque entre os outros desembargadores do TJ-SP. Internamente, os juízes consideram que a área criminal, onde Ivo atua, é a menos propensa à corrupção.

Ivo, de 66 anos, é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ele ingressou na magistratura em 1987 como juiz substituto em Bauru, interior paulista, e tomou posse como desembargador do TJ em 2013.

A “Operação Churrascada” é uma investigação em andamento no STJ e resulta da “Operação Contágio”, realizada em 2021 pela Polícia Federal em São Paulo, que desmantelou uma organização criminosa responsável pelo desvio de verba pública da área de saúde.

O nome da operação faz referência ao termo “churrasco” utilizado pelos investigados para indicar o dia do plantão judiciário do magistrado.

By Aconteceu de Fato

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