Médico de Brasília explica o que é incompatibilidade genética

A declaração da atriz Mariana Rios de que não conseguia engravidar por “incompatibilidade com o parceiro” reacendeu um tema pouco falado, mas cada vez mais identificado nos consultórios de reprodução humana. Durante entrevista ao podcast “Desculpa Alguma Coisa”, ela contou que, após diversas tentativas frustradas de engravidar, foi orientada por médicos a investigar melhor a saúde reprodutiva do casal. A conclusão: embora ambos fossem saudáveis, havia uma incompatibilidade genética que impedia a gestação de evoluir.

 

Para compreender melhor o que esse tipo de incompatibilidade significa, conversamos com o urologista e especialista em reprodução humana, Dr. Irineu Farina Neto, que atende em Brasília e São Paulo.

 

O que é incompatibilidade genética entre casais?

 

Segundo o médico, esse tipo de incompatibilidade ocorre quando o homem e a mulher carregam mutações no mesmo gene relacionado a doenças recessivas. Isso não impede a fecundação, mas pode gerar embriões com alterações genéticas que dificultam a evolução da gestação ou resultam em doenças graves no bebê.

 

“Quando ambos têm mutações no mesmo gene, existe o risco de transmitir a doença para o filho. É por isso que, nesses casos, indicamos a realização do teste genético pré-implantacional (PGT-M) durante a fertilização in vitro. Esse teste analisa os embriões antes da transferência para o útero, identificando quais são saudáveis e viáveis”, explica o Dr. Irineu.

 

Esse tipo de condição não é detectável em exames ginecológicos ou espermogramas comuns, sendo necessário um painel genético do casal realizado em clínicas especializadas em fertilidade.

 

Quando desconfiar da incompatibilidade?

 

Casais que tentam engravidar há mais de um ano sem sucesso, mesmo após tratamentos de fertilização, ou que sofrem abortos recorrentes, podem estar diante de uma possível incompatibilidade genética.

 

“A chamada ‘infertilidade sem causa aparente’ pode esconder fatores genéticos complexos. Muitas vezes, o casal é saudável, mas ambos carregam genes recessivos para a mesma doença, o que torna necessário um tratamento específico para garantir a saúde do bebê”, afirma o especialista.

 

Há solução?

 

Sim. Dr. Irineu explica que, com os avanços da medicina reprodutiva, é possível contornar essas situações com técnicas como o PGT-M (teste genético pré-implantacional para monogênicas), que seleciona embriões livres das mutações antes da transferência para o útero.

 

“Identificando a causa, conseguimos orientar o casal sobre o melhor caminho. Em alguns casos, é possível selecionar embriões geneticamente saudáveis, aumentando as chances de sucesso da gestação e reduzindo o risco de doenças hereditárias”, diz o urologista.

 

Um assunto que precisa ser desmistificado

 

O relato de Mariana Rios chama atenção para a importância de discutir abertamente as dificuldades enfrentadas por casais que tentam engravidar — especialmente quando essas barreiras não estão visíveis nos exames convencionais.

 

“É essencial quebrar o tabu em torno da infertilidade. A medicina avançou muito, mas é preciso procurar ajuda especializada desde cedo. Nem toda dificuldade para engravidar é falta de sorte ou culpa da mulher. Muitas vezes, a causa está em fatores genéticos, e o tratamento exige investigação conjunta do casal”, finaliza Dr. Irineu Farina Neto.

 

Sobre o especialista

 

Dr. Irineu Farina Neto é médico urologista com especialização em Reprodução Humana pela UNIFESP. Atua em Brasília e São Paulo, com foco em casais que enfrentam dificuldades para engravidar.

Sarah Monteiro de Carvalho
21994985286
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